Trabalhos 2017-18
Passeios Pedestres/Trilhos/Geocatching num Espaço Natural/Floresta/Bosque perto da Escola
Externato Infantil e Primário - O Beiral (Lisboa)
Memória descritiva:
A Escola Beiral e a sua Floresta – Passeios Pedestres
Pode parecer ousado que uma escola de Lisboa concorra a uma temática de floresta. Poderia ser um desafio pedagógico de aproximação de crianças da cidade à floresta…mas não foi só! O tema proposto pelo Eco-Escolas para este ano não poderia estar mais adequado à escola. O edifício da Escola Beiral encontra-se em pleno Parque Florestal de Monsanto. Desde 1955, data em que a escola se instalou no presente edifício, que a convivência de todos os alunos com a floresta, aprendendo a conhecê-la e a preservá-la, é uma constante. Os passeios pedestres são tão frequentes em todas as idades e em todas as disciplinas (muito especialmente na de educação física) que se tornaram um ex-libris da escola. Antigos alunos ainda hoje organizam passeios pelo parque à descoberta de memórias de aventuras.
Mas o próprio recinto da escola é um prolongamento do Parque Florestal com mais de 100 espécies vegetais e muitos animais próprios da floresta circundante.
O tema é nosso conhecido! Todos os anos se trabalha nele. Mas este ano levámos a peito o desafio proposto e com todos os professores motivados elaborámos um programa audacioso, cheio de ideias novas adaptadas a cada idade e à sua relação com a floresta. Os temas atuais de conservação da flora e fauna e os perigos dos incêndios não foram esquecidos.
O ponto de partida para cada trabalho foi sempre um passeio em Monsanto. Este ano tivemos uma colaboração mais estreita com o Centro de Interpretação do Parque e percorremos áreas ainda não exploradas como o Espaço Biodiversidade e algumas minas abandonadas. A partir daí os temas de trabalho fluíram.
O pré-escolar também foi visitar a Tapada de Mafra e veio cheio de ideias. Construíram e montaram uma exposição de trabalhos de expressão plástica que apresentaram aos pais e a toda a comunidade da escola.
Os primeiros anos aprenderam nas aulas sobre as plantas da floresta e da sua escola relacionando-as com as vivências diárias (o plátano, a árvore do Beiral; o carvalho, a espécie autóctone da mata de Monsanto; o castanheiro o São Martinho e as castanhas assadas; a laranjeira da qual colheram as laranjas e espremeram para sumo; a videira e as vindimas; o pinheiro e o Natal) e os animais que encontram na escola e no parque adjacente (as abelhas, borboletas, pássaros, coelhos, salamandras, roedores).
Os segundos anos investigaram sobre as árvores de frutos secos da escola. E elaboraram um livro de outono com histórias, lendas, poemas, cantigas, receitas, e tantos outros trabalhos relacionados com as árvores, frutos e animais caraterísticos desta estação.
Pesquisaram ainda sobre o ouriço cacheiro e a formiga. Na época de Natal foram fazer o passeio habitual pelo Parque de Monsanto para colher elementos da natureza para enfeitar o presépio da escola aproveitando as pinhas, cascas de árvores, frutos e sementes caídos pelo chão e preservando o musgo que apesar de viçoso não é permitido colher. E discutiram sobre o impacto do uso do pinheiro como árvore de Natal.
Fizeram ainda uma visita de estudo ao quartel do regimento dos Sapadores Bombeiros de Alvalade.
O estudo do solo e das rochas levou os terceiros anos a uma visita de estudo em Monsanto - A Rota das Pedreiras – mas a fauna que encontraram foi tanta que naturalmente os alunos começaram a pesquisar sobre os animais da “sua floresta” elaborando trabalhos em cartaz que acabaram por expor para toda a comunidade da escola.
Registar por escrito o imaginário da floresta de uma criança de 5 anos foi também uma tarefa dos alunos do 3º ano. Com o auxílio das professoras titulares editaram pequenos livros com as histórias imaginadas pelos alunos do pré-escolar que também ilustraram as suas páginas.
Numa manhã cinzenta de novembro saíram para mais um passeio pedestre em Monsanto os alunos do 4º ano. O tema era o conhecimento das diferentes espécies da floresta autóctone existentes no parque. Sabiam que iriam ter um encontro com um técnico do Parque e um guarda florestal para os quais prepararam uma entrevista de modo a que nenhum assunto ficasse esquecido. Mas o que não esperavam foi uma sala de aula montada em plena floresta, ao ar livre, pronta a recebê-los. Assim, sentados numa sala recreada à moda antiga em que não faltavam o globo nem o mapa de Portugal, foi fácil o diálogo entre os técnicos e os entusiasmados alunos. Já de regresso à escola registaram todos os apontamentos tirados na visita e elaboraram cartazes sobre as principais espécies arbóreas da floresta portuguesa que exposeram na escola.
Com todo o conhecimento adquirido sobre a floresta ao longo dos vários anos, os alunos do 4º ano contruíram uma história cuja ação principal ocorre numa floresta. A narrativa foi realizada pelas duas turmas de forma coletiva e alternada (ou seja, cada uma ia dando continuidade à história escrita pela outra turma). Ao longo da construção da história foram relembradas algumas das principais espécies da floresta portuguesa estudadas pelos grupos bem como as profissões associadas à floresta, as matérias-primas que se podem extrair, os cuidados a ter para a prevenção de fogos florestais e as consequências dos mesmos. A história foi ilustrada e gravou-se a voz de cada criança enquanto o liam. “Na Floresta” é o título desta narrativa em PowerPoint que será apresentada a todos os alunos e professores da escola e aos pais dos alunos do 4º ano.
Pelo facto de o ficheiro ser muito pesado esta excelente narrativa não é apresentada no PPT das evidências.
Por fim a disciplina de “Horta” também deu o seu contributo para este desafio. Foi nela que os alunos identificaram as espécies arbóreas mais importantes do recinto da escola. Identificaram as autóctones e as exóticas. Tiraram fotografias, registaram localizações, pesquisaram sobre a sua utilidade e com a ajuda de dois antigos alunos da escola surgiu o documento “As Árvores da Minha Escola” ou “Flora no Beiral”.
Numa visita de estudo ao Jardim Botânico da Ajuda, em Lisboa, foi dada a possibilidade aos alunos do 4º ano de gravarem eles próprios as placas de identificação das árvores a serem colocadas na escola.
Nota: No PPT em que se aprestam as evidências as opiniões dos alunos e as suas idades são verdadeiras e o nome é fictício.
Registo fotográfico: